Conformismo é como veneno: Arde e mata qualquer relação. Sabemos que casais perfeitos não existem e “felizes para sempre” só estão nos livros infantis. Mesmo com tanta tecnologia e redes sociais ainda assim os relacionamentos estão cada vez mais frágeis.
Existe um grande número de casais que estão juntos mas o fogo da paixão e o companheirismo já não existem mais e, mesmo assim, continuam com a “união”. Quando o diálogo termina os dias passam a ser iguais, o ânimo vai embora e nada mais os motiva a sequer tentar reverter a situação. Passeios, jantar fora, assistir um filme juntos, tudo isso acabou. Mesmo que exista amizade entre os dois junto deles existe um grande senso de individualidade. O regime do casal passa a ser cada um com sua vida e suas coisas.
O “bom dia” e o “boa noite” não tem mais aquele tom carinhoso e o beijo ficou na lembrança. Aquela frase “Te cuida” deu lugar a um “tchau” seco e a volta do trabalho ficou no silêncio de uma casa vazia, embora tenha alguém nela. Saudade do velho “Como foi o seu dia?”. É uma triste e torturante rotina onde apenas se divide um espaço com um quase estranho. Brigar já não faz mais sentido porque entende-se que o que era bom passou e não vale mais a pena lutar por ele.
É tortura psicológica e afeta sempre, sem exceção, os dois. Quando chegam a esse ponto não foi só o amor pelo outro que se perdeu, foi o próprio. Esta, sim, é a parte mais dramática do conformismo. Apelar para o “matar no cansaço” até que um dos dois dê o primeiro passo para cair fora só criará mais brigas. A presença de ambos se tornou um simples existir e nada mais.
Nesta guerra só se perde e entre as perdas estão a amizade, consideração, admiração e o carinho. Quando ela termina sobra pouco para ser lembrando e junto o que fica é a indiferença. Não deixe que o arrependimento chegue só depois que tudo foi destruído. Depois que paramos para pensar sobre tudo o que aconteceu e os porquês é que muitas vezes pensamos que não precisava de tudo aquilo, bastava apenas uma atitude. É onde dói mais porque se questiona sobre cada atitude e que podia fazer diferente.
Por mais que seja difícil aceitar que o que era pra sempre chegou o fim a ausência de quem um dia foi importante dói por muito tempo. Tudo pode ser resolvido no diálogo independente do que seja a razão do conformismo. Basta reconhecer que por mais que tenha feito tudo o que pode sempre faltará alguma coisa. É por isso que existe o parceiro para completar o que falta. Ninguém quer sentir as piores coisas como nojo, asco e raiva daquele que um dia amava.
Quando resolveram se unir para enfrentar tudo, a ideia era para tudo MESMO. A rotina quando dosada é boa sim, mas quando em excesso é tóxica. É daí de onde vem o conformismo, de uma indiferença, um tanto faz, um pode ser. Comece sentando ao lado do seu parceiro(a) e pergunte: O que eu posso fazer para melhorar? Exatamente isso que você leu. Nessas horas o orgulho não pode estar em primeiro lugar. Aliás, ele não tem lugar. E mostrar que se importa com a relação não é fraqueza, é sabedoria.
A relação perfeita está nas suas sutis imperfeições e isso tem que existir. Afinal a maturidade da relação chega quando começamos a conhecer pontos contrários com o parceiro(a). O debate sobre estes pontos existe para formar a opinião entre o casal onde passam a se conhecer melhor.
O diálogo é o pior inimigo do conformismo, então use sempre ao seu favor.
Não deixe o conformismo tomar conta de sua relação. Voltem a dialogar sem apelar pro bate-boca porque uma conversa é onde um fala e o outro escuta. Nem sempre é simples, sabemos disso, mas é o correto a se fazer. Esgotar todas as possibilidades para reverter uma separação por conta do conformismo sempre é válido.
Mas se o amor deixou de existir o ideal é deixar ir. Mas isso tem que ser de uma forma que ninguém saia pior do que já está. E tudo bem se chorar na hora da conversa. Chorar também não é sinal de fraqueza. Mas deixe ir. Deixe antes que tudo fique pior. Só não espere sobrar nada em pé até a extinção por completo do que um dia foi a razão de uma união de amor e felicidade.
Já dizia um velho sábio: Quem ama, deixa voar.
Paz e Luz a todos! Até a próxima.
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