Conselho é bom e NEM todo mundo gosta. Nem de dar e muito menos de receber. Dar um conselho exige uma série de fatores para ser dado o devido valor a tantas palavras de apoio. Os fatores básicos de um verdadeiro conselho geralmente são dois: Primeiro é dar o exemplo e o segundo ter passado pela situação de forma inteligente e consciente.
Dar o exemplo é ser a fonte segura antes da decisão a ser tomada
Numa situação em que você dá um conselho a alguém com problemas na relação é um ato arriscado e responsável. Você pode mudar o rumo de uma vida para o bem ou para o mal. Aconselhar alguém a tomar uma atitude diante de uma situação desconfortável na sua vida conjugal é fazer o papel de advogado do diabo se a sua vida conjugal não vai bem ou nem existe. Quem seguiria um conselho de alguém que está solteiro porque tem dificuldades de se relacionar ou está em uma relação a anos recheada de traições, desrespeito, brigas, etc?
Aceitamos o conselho de alguém quando esta tem propriedade no que diz. Porque muitas vezes escutamos de alguém que, na maioria das vezes, está em uma situação semelhante e nem sequer deu o primeiro passo para solucionar os seus próprios problemas. Está, geralmente, em uma situação muito pior e está cheia de medos para tomar uma atitude e nesta hora vê uma oportunidade de jogar essa responsabilidade no colo de quem nem se sabe o quanto ama o seu parceiro.
O terreno nunca é o mesmo que o seu
Antes de aconselhar a alguém a fazer algo, primeiro pense se conhece a história como um todo e não só o final. Procure entender os dois lados e nunca, jamais, dê palpites em um momento de fúria, raiva, indignação. E o principal de tudo é saber sobre o sentimento de quem você está tentado a dar um conselho. Se você um dia amou alguém, conheceu a sua verdadeira alma-gêmea e deixou-a ir embora, talvez não seja a melhor pessoa a dar um conselho. A não ser que não queira que essa pessoa cometa o mesmo erro que o seu e procure mostrar a ela o quanto vale a pena procurar tentar de novo.
A dor do outro sempre será um mistério quando existe amor envolvido
É natural querer aconselhar um amigo, parente, irmão ou até mesmo um filho. Mas jamais saberemos se aquelas palavras de apoio, instrução, força ou fé servirão, de fato, para aquela situação difícil. Jamais saberemos se aquela história está completa, se os fatos são totalmente verdadeiros, se os culpados são inocentes e os inocentes poderão ser os culpados. Quando o amor está no meio da história toda na maioria das situações devemos pensar duas, três, mil vezes antes de falar alguma coisa.
Na melhor das intenções queremos muito ajudar a qualquer custo quando queremos bem um amigo quem quer que seja, mas, sejamos franco, algumas vezes um abraço apertado para deixar verter toda aquela dor pode ajudar mais do que simples palavras. Escutar também ajuda pois auxilia que a pessoa escute ela mesma em uma situação de raiva. Até mesmo vemos casos em que ela diz: “Se aquele safado pena que desligando o celular… ei… ele pode ter ficado sem bateria, ele disse que tinha esquecido o carregador.” E nesse momento a paz está restaurada.
Quando a voz da experiência vale mais que palavras vazias
Conselho é bom, sim, mas em raros momentos. Conselho dado por quem já passou por tudo só é válido quando essa pessoa tem um sentimento de arrependimento, perdão, dor por ter decidido algo errado. Muitas vezes sentimos segurança em alguém que começa com uma frase antes do conselho: “Não sou a melhor pessoa para dizer alguma coisa para você, mas se quer, mesmo, saber o que eu faria, pensaria melhor com a cabeça fria e imaginaria a situação se eu tivesse tomado uma decisão. ” Ou seja, você não recomendou uma atitude e sim, uma atitude antes da atitude. Parece estranho, mas muitas vezes é eficaz.
Escutar o coração primeiro antes de alguém é dar uma chance a si mesmo. Você muitas vezes pode pensar que o conselho da sua amiga solteirona pode valer a pena só porque ela posta fotos sempre sorrindo em várias festas no Instagram. Mas nunca parou para pensar se aquela felicidade pode ser só uma fachada para uma tristeza profunda tentando esquecer um carinha que gostava muito dela, que só percebeu que ele teria valido a pena quando cansou de esperar por ela e acabou casando com outra mulher.
Portanto, palavras de apoio, força só valem quando dadas na hora certa e para a pessoa certa. Querer ajudar alguém com o coração ferido requer muito tato e sensibilidade. Estar certo de que irá ajudar escutando, oferecendo um colo, ombro, ouvidos pode lhe dar paz sabendo que fez o certo. Se existir a insistência de que essa pessoa quer escutar de você lembre da frase sobre “não ser a melhor pessoa para falar alguma coisa”. Determinar o caminho a ser tomado por outra pessoa pode colocar em risco sua confiança, amizade e admiração. Dê uma chance desta pessoa escutar a si mesmo, porque em um momento de vulnerabilidade devemos ser responsáveis a falar qualquer coisa.
Devemos ser sábios em reconhecer um coração machucado transbordando sentimentos nunca correspondidos.
Paz e luz a todos!
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