Mentir para um amigo ou mentir para alguém que te ama é sem dúvida mentir para você mesmo. Mentir é ser refém de si mesmo e a punição por revelar a verdade é tão severa quanto ser emparedado num campo de fuzilamento.
Mentir é um ato comum na nossa sociedade e quem experimentou algumas vezes na vida adulta sabe bem como é. Ser vítima de um mentiroso é um golpe duro e traz junto um sentimento de traição. Nunca mais vemos do mesmo jeito que antes quem mentiu, a dor sempre volta. A mentira tem várias faces e infelizmente conhecemos a maioria delas.
Uma, em especial, serve para tirar vantagem sobre alguma coisa ou alguém. É quando o mentiroso veste uma pele de cordeiro para que você continue a acreditar que está tudo bem, tudo certo, vai ficar tudo numa boa. E a frequência deste tipo de mentira é grande e muitas vezes vem de quem menos esperamos: De uma pessoa que amamos.
Ficamos impressionados como uma pessoa oportunista leva a sério e tranquilidade esse ato mentiroso. “Como uma pessoa assim consegue dormir?” você se pergunta. Dói quando lembramos que antes a gente escutava dos outros histórias de situações assim e hoje chegou a nossa vez. Dói mais ainda depois que você descobre que tudo não passava de uma mera fantasia criada para acreditar que tudo era perfeito.
Não resta dúvidas que a mentira é a mãe de todas as traições. Já havíamos dito no início aqui que na vida adulta já mentimos alguma vez e isso é inegável. Aprendemos quase desde o nascimento a mentir para os pais, irmãos, amigos, professores e nesta fase é quase perdoável. Então podemos dizer que, sim, vem de raiz não importa quem você é, foi ou será como ser humano.
Mentira é como uma forma de sobrevivência e conforme evoluímos como cidadãos aprendemos a mentir cada vez melhor. Até conhecer o inimigo dela: A nossa consciência. Ela é como uma juíza que julga, condena e executa. Ela acorda o mentiroso no meio da madrugada fazendo ele se questionar desse crime que ele cometeu.
Mentir é fácil, mas manter a mentira não é. Ela é como um passarinho, tem que alimentar o tempo todo (lembrar) e cuidar para que nunca escape da gaiola (confessar sem querer).
Quando somos a vítima a dor é dobrada por menor que seja a mentira – na verdade ela não tem tamanho, cor e nem rosto, a não ser do próprio mentiroso – porque sentimento de traição fica marcado para sempre por vir de quem mais confiava. É um ato de traição solitária e a ferida demora pra fechar. E fica mais que uma cicatriz, é uma tatuagem com o nome de quem te enganou para que nunca esqueça.
É sempre muito difícil perdoar quem dedicamos boa parte de nossa vida, investimos tudo para construir um projeto juntos. Não acredito que existe mentira ou mentirinha porque a dor que ela causa é a mesma. E o responsável é alguém que subestimou um sentimento composto de amor, carinho, humildade e honestidade.
Mentir é um atalho por caminhos tortuosos onde se ganha no início e perde no fim, não importa quanto tempo leve. Seja grande ou pequena, temporária ou permanente, não importa porque o seu sono de quem mente nunca mais será o mesmo e a sua paz acabou. Seu sossego deixa de existir e falando a grosso é assinar um pacto com a falsidade eterna. Honestidade sempre, custe o que custar. Antes aguentar a dor da verdade que a mágoa na eternidade! Já dizia um pensador desconhecido: Cuida onde solta sua âncora, nem todo o porto é seguro.
Paz e luz pra todos. Até a próxima.
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