Sabotar-se: Até quando?

Sabotar-se: Até quando?

Tempo de leitura: 4 minutos

Sabotar-se é a “arte” de fugir do seu próprio destino. Ignorar oportunidades que estão ali, na sua frente. Sua zona de conforto junto com uma vidinha cômoda, rodeada de contatinhos de uma noite só já é perfeita. Sabe que um “oi” é abrir uma porta para muitas possibilidades e que, bem lá no fundo, sabe que não está pronta e passa para o próximo na busca de uma conversa desinteressada.

Você quer, mas prefere chamar seu medo de “despreparo”. É como uma forma de não ferir sua independência sentimental, a qual se orgulha todos os dias olhando no espelho uma mulher forte e guerreira. Numa sexta-feira a  noite, corre pro Whatsapp na busca de uma amiga na mesma situação que a sua para ir num bar se gabar do quanto é bom estar solteira. Uma fuga perfeita pra não pensar em uma noite regada a pipoca, cafuné nos cabelos e Netflix.

Ser “super” tem data de validade

O destino sempre prega peças e você é pega no flagra olhando um dos seus contatos novamente. Ele convidou você para tomar um café e tratou de frustrar os planos dele com uma chuva que não caiu. Porém, você preferiu cancelar com a conversa do serão na escritório. Até que, lá vem aquele pensamento te boicotando dizendo o quanto é bom não ter alguém perguntando “posso te ligar” e ficar uma hora de papo escutando sempre a mesma coisa como “sinto saudades” ou “te amo”. “Isso é um saco” você pensa. “Sou mais eu e eu é que me amo, não preciso de alguém me bajulando o tempo todo” afirma com tanta veemência que balança a cabeça.

Um dia, mais uma vez, chama aquela sua amiga festeira, super pra cima, pro rolê de sexta para uma ceva e… eu disse solteira? Foto com um cara no WhatsApp e um novo status no Facebook dela… Post de “Estou feliz com meu môre!” Ela finalmente assumiu um carinha que dava presentes pra ela quase todas as semanas. E, claro, você a desencorajava dizendo que homem é só pra dar mais trabalho, pra se sentir presa etc. Num outro post com uma foto dos dois se beijando dizia: “amar alguém também é criar asas e voar no infinitivo lado a lado sem deixar de ser livre.”

Nem todo o exemplo de outros vale para você

Agora, sozinha em casa, numa sexta-feira e sua lista de amigas solteiras foi reduzido a zero. Todas curtindo seus pares, felizes, lotando suas redes sociais com mensagens apaixonadas e você postando Clarice Lispector comemorando sua própria companhia junto a uma taça de Merlot e assistindo Frida pela quarta vez na Netflix.

Uma mensagem chega no seu celular na melhor parte do filme e resolve olhar. É aquele carinha que você já sabotou tantos cafés que perdeu até a conta. Porém, algo chamou a sua atenção naquela mensagem: Só um “oi”? Nada de gracejos, elogios ou convites. Você pensa “vou responder. A Frida pode esperar!” Após algumas linhas, a conversa flui, você dá umas boas risadas, parece ser um cara legal. Até que finalmente topa sair no sábado seguinte topando o tão sonhado café.

O destino e suas surpresas

Sem grosserias, cantadas disfarçadas, indiretinhas idiotas, forçada de barra, papinhos sem fundamento. Nada de política, economia, fome no mundo ou qualquer coisa que diferente do que realmente importava: Você e ele! A cada minuto daquele encontro você se questionava sobre porquê fugiu de tudo isso. Boicotou diversas vezes mensagens dele, até mesmo aquelas em ele sabia que você precisava conversar com alguém.

Depois de um encontro regado de sorrisos, coisas em comum acompanhados de um bom café sua rotina vem sido repleta de mensagens de “bom dia”. Estranhamente aquilo não a incomoda como insistia em acreditar que seria. A cada ligação você atendia com carinho e aquilo passou a ser tão importante a ponto de sentir falta.

Sabotar apenas atrasou os planos do destinos

Os encontros foram ficando mais frequentes depois do primeiro beijo e os abraços demorados. Depois disso a presença dele na sua vida passou a ser um novo desejo na sua lista de tarefas do dia. Os bares de sexta-feira agora tem um gosto mais doce com um toque de felicidade espontânea e legítima. As amigas agora fazem encontros com seus respectivos pares, o bar ficou pequeno para comportar tanto amor unido.

Esse tempo serviu para mostrar que existe o momento pra tudo na vida. O de estar só para se conhecer e o de estar juntos para dividirem e aprender um com o outro. Se um dia perguntarem onde está aquela mulher que era feliz sozinha, responda que deixou ela livre pra voar lado a lado com o que a faz se sentir feliz e somar o seu mundo com quem o completa.

Paz e Luz para todos! Até a próxima.

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